segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Terra da Utopia 2


Hoje escrevo um segundo episódio sobre este tema e, para não variar, aqui vos deixo a capa do DVD do filme "Um Homem para a Eternidade! (A Man for all seasons), interpretado magistralmente por Paul Scofield, o primeiro filme que fez e que lhe valeu de imediato um Óscar para a melhor interpretação masculina, a biografia de Thomas More.
Os exemplos contrários ao sentido da Vida defendidos por Thomas More, continuam a suceder-se em catadupa, uns atrás dos outros. Já depois de ter escrito o episódio 1, ouvi na TSF uma nota, notícia ou crónica, já não sei bem o quê, que relatava o seguinte: segundo informações dimanadas da CMVM, havia pelo menos trinta pessoas que ocupavam mil cargos em diversas empresas privadas ou seja, uma média superior a 33 lugares por cada indivíduo!!! Ora, como estes lugares são sempre bem remunerados, imagine-se o regabofe que por aí grassa.
Mas, para acrescentar a esta vergonha, estes senhores não se coibem de aparecer em público a emitir doutas opiniões sobre a falta de competitividade do mercado de trabalho porque os trabalhadores trabalham pouco tempo (uma média nacional de 39 horas/semanais), ganham muito (uma média nacional de 750E/mês para quem tem a sorte de estar empregado) e que por tais motivos, é necessário alterar as leis laborais no sentido de ser mais fácil o despedimento individual bem como reduzir as indeminizações devidas e se possível pagas, pelo menos em parte, por um fundo a criar com dinheiros descontados dos próprios trabalhadores! Nem mais!
Pois são estes seres abjectos (não podem ter outra classificação) quem comanda os destinos de milhões de pessoas em todo o mundo, já que esta cartilha parece ser universal, até um dia...e depois, espero que não digam que "hay brujas"...
Como outro exemplo desta vergonha: uma vez tive de ir a uma assembleia-geral de um organismo público já que tinha aí lugar por inerência de funções que exercia na altura e, a presidir à reunião, estava uma figura pública bem conhecida que dizia em tom de brincadeira que, esta reunião era das que mais facilmente se levava em comparação com as outras mais dezassete a que presidia! Mas o mais espantoso é que se tratava de uma pessoa que fez votos perpétuos de pobreza, visto pertencer a uma Ordem Religiosa que a isso obriga! Claro que ele provavelmente nada receberia mas, a instituição a que pertence, receberia de certeza pois só assim será possível andar em BMW do último modelo, ir a tudo o que é recepção de vernissage social, etc,etc. E depois...prega-se a moral para os outros!
Enfim, qualquer dia sou acusado de ser um perigoso agitador feito com alguma seita especial:-)))

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A terra da Utopia 1


Embora a capa do livro de Thomas More que escolhi para dar alguma côr a estas notas, não esteja aqui representada senão pelo título da obra que serviu de inspiração para este artigo, a vida do próprio autor ilustra bem, e de que maneira, o sentido do dever e da honra de um Homem.
De facto, era muito bom que todos nós agíssemos como Thomas More mas, infelizmente, os exemplos contrários e chocantes, sucedem-se todos os dias e a um ritmo assustador. Não consigo imaginar quais poderão ser as consequências destes comportamentos na evolução da nossa Sociedade mas, não auguram nada de bom.
Resolvi escrever alguns artigos, versando esta problemática nem que seja para aliviar a minha consciência por poder partilhar com quem me possa ler, uma parte das minhas angústias e desilusões.
Este primeiro artigo vem a propósito do caso recente de uma Juíza que foi apanhada a conduzir em contramão e com um grau de alcoolemia no sangue, três vezes superior à taxa permitida por lei. Esta cena ter-se-á passado em Cascais, segundo relataram os órgãos de comunicação social.
Até aqui, tudo bem, ou aliás, tudo mal, pois esta senhora deveria ser uma das que devia dar o exemplo de comportamento cívico e de respeito pela lei que ela, mais do que qualquer outro, deveria respeitar. Mas, o que é espantoso e que me levou a escrever estas linhas, é que a dita senhora, ao ser presente ao Tribunal foi "despronunciada" com o argumento de que a Polícia Municipal não tinha competência para agir pois o crime em causa não tem uma moldura penal superior a três anos! Quer dizer que os senhores juízes podem infringir as regras à vontadinha, desde que elas não possam ter punições de mais de três anos?
De facto, vivemos um tempo em que, por muito que nos queiram dizer o contrário, nem todos os cidadãos são iguais perante a Lei! Há de facto, cidadãos de 1ª e outros de 2ª ou até de 3ª categoria!
Com exemplos destes como se poderá querer que o comum dos mortais respeite o que quer que seja? Como se pode pretender que um indivíduo seja cumpridor e zeloso do bem público? Claro que haverá logo quem venha justificar a situação com as alegações do costume: é o que vem na Lei! Só que as leis são feitas pelos homens e para os servir com justiça e igualdade e não com estas excepções à regra que vão sempre no mesmo sentido de proteger aqueles que o não merecem!
Já aqui há tempos se passaram mais dois casos nesta área do trânsito e tratados igualmente de forma diferente dos casos dos cidadãos comuns: os casos com os futebolistas Luisão do Benfica e Grimmi do Sporting. Também para eles os pesos e as medidas foram diferentes do que para os outros!
Cabe perguntar: com estes exemplos e estas decisões encomendadas, como se quer que não haja corrupção?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cada vez mais...desilusão!




Ontem, último dia da Feira do Livro de Lisboa, lá fui eu e a Madalena cumprirmos o ritual de todos os anos lá dar um saltinho. Desta vez porque a Madalena queria comprar o último livro da Alice Vieira e, como sabíamos que ela lá estava...vai daí e venha a dedicatória. Aproveito para dizer que a Alice Vieira é uma pessoa sempre simpática e afável, disposta a interagir com os seus leitores, uma escritora bem agradável, quer pela escrita de todos conhecida, quer pela pessoa humana que ela é. Obrigado Alice.
Tudo o mais é cada vez maior a desilusão e a frustação! A Feira do Livro (qual Feira?) actual, de Feira do Livro já não tem nada.
A começar pelo tamanho que nestes anos começou a ser demasiado grande e portanto, cansativo e repetitivo. Depois, porque a filosofia parece ter mudado de vez. Agora já não interessa promover nem o livro nem a leitura mas sim, vender, vender...
Mas o mais espantoso é que mesmo para "vender", onde estão os preços mais baixos que dantes havia neste certame? Agora, até nos supermercados se compra com maior desconto do que na Feira!
Livro do Dia onde páras? Os poucos quiosques que os têm, só apresentam livros que não têm qualquer interesse mas, a maior parte já nem isso faz.
É pena que a Feira esteja como está. Dantes (e creiam que isto não é saudosismo) era imensamente agradável passear-se pela feira, ver e comprar, pois aí se encontravam preços mais acessíveis e tínhamos a possibilidade de adquirir ainda melhor com a promoção de alguns livros do dia.
A foto que coloco junta é de 1966, no meu primeiro ano em Portugal, com a minha irmã Tininha. Foto tirada por esse enorme fotógrafo que foi Benoliel, na altura a trabalhar para o extinto Diário Popular, onde foi publicada sob o título: "Para todas as idades...o Livro". Reparem na quantidade de livros que já tinha comprado. Agora...Ah, aquele que estamos a observar é "O Cardeal" de Henry Morton Robinson, um excelente livro aliás e que também foi mais tarde passado ao Cinema.
Pobre Feira do Livro, o que te fizeram!

sábado, 7 de maio de 2011

Expofoto AMW (ArtManWorks)


Terminou na sexta-feira passada, a exposição de fotografia organizada pela AMW, neste caso pelo nosso prof. Artur Nogueira, de trabalhos executados pelos alunos de diversos cursos. O evento realizou-se nas instalações da P.T. da Rua Andrade Corvo e teve uma participação bem interessante.
Creio que foram expostos cerca de trinta trabalhos, sem qualquer pretensão e sem nenhum tema definido à partida. Havia fotografias para todos os gostos e algumas delas bem interessantes quer pela sua originalidade, quer pela sua qualidade técnica, quer até pelo seu trabalho em software.
Foi a primeira vez que participei num evento deste tipo e...gostei! A minha foto é a que encima este post e foi tirada na Rua do Carmo, no Chiado, em Lisboa, numa tarde em que por lá andava com o meu filho mais novo, o Rafael. Ao sairmos dos "Armazéns do Chiado" ouvimos uma banda a tocar e muita gente à frente a ouvir. Além do mais ia a passar um carro da polícia que afastava toda a gente, inclusivé os próprios músicos que tiveram que se deslocar para o passeio. No meio daquela confusão, lá consegui sacar a minha pequena máquina (a Panasonic LX30) e fazer dois ou três disparos, empurrado por todos os lados e sem grandes possibilidades de enquadramento e de composição da mesma.
O resultado está aí, a Kumpania Algazarra, assim se chama a banda, embora um pouquinho desfocada foi a foto que a Madalena escolheu como sendo merecedora de figurar na exposição. Claro que a tive de trabalhar um bocadinho para lhe limar algumas arestas mas creio que o resultado final é bem agradável,
A seguir à inauguração da Expofoto AMW, seguiu-se um convívio num jantar na Tasca do Manel, junto ao Miradouro de Santa Luzia, onde pudémos receber os nossos diplomas do Curso bem como conhecer melhor os colegas de outros cursos. Foi bem agradável.
De facto, a fotografia preenche um espaço importante das nossas vidas e, agora na reforma ainda mais. Aconselho vivamente a frequência de uma iniciação como esta para que se possa tirar um melhor partido das nossas "artes fotográficas".
AMW-ArtManWorks