VARANDA DOS TRAIDORES
Em Inglaterra, em Londres, na Torre de Londres, existe uma
porta que tem o nome de “Traitor’s Gate” (Porta dos Traidores) que, era a porta
por onde saíam os condenados à morte a fim de serem executados pelo carrasco
que lhes cortava a cabeça com um machado.
Mas, não é da História da Inglaterra que pretendo falar. É
da nossa História e bem mais recente, pois em 1640, também em Portugal se usou
não uma porta mas uma varanda, para dela ser atirado o traidor Miguel de
Vasconcelos que, (des)governava Portugal a soldo dos espanhóis no reinado de
Filipe III.
Pois bem, este senhor foi atirado pela janela que dá para a
varanda do Palácio da Independência (na foto acima), onde foi morto pelo Povo,
pondo fim à subserviência a Espanha e deste modo reganhando a nossa
independência e liberdade. Embora português, Miguel de Vasconcelos apenas
servia os interesses estrangeiros, ignorando a vontade do Povo e afogando-o em
impostos e na miséria.
Ora bem. A Varanda lá continua, Os traidores também por aí
pululam e até acabaram com o feriado do dia 1º de Dezembro (talvez por lhes
pesar a consciência daquilo que estão a fazer) mas, onde está o D.Antão de
Almada?
Sim, porque traidores ao Povo Português, é gente que não
falta por aí. Ou não são traidores todos
aqueles que sugam o produto do seu trabalho, auferindo proventos obscenos para
os quais não pode haver nenhuma justificação moral e legítima, só possível
porque outros traidores assim o legislam e outros assim os defendem? Como
classificar as reformas de 175.000€/mês, os ordenados principescos pagos pelo
erário público a gestores de empresas falidas, as duplas e triplas reformas
acumuladas por alguns ou até as reformas chorudas obtidas por meia dúzia de
anos ou ainda as indemnizações enormes pagas aos próprios que as determinaram,
etc. Muitos são os vampiros sugadores do sangue generoso do Povo
Chegámos a um ponto da nossa vida social em que tudo parece
ser permitido, desde que seja sempre no sentido de prejudicar os mais fracos,
ao mesmo tempo que se defendem privilégios sobre privilégios de uns quantos que
giram na órbita dos poderes político e económico, acompanhados por uma bem
orquestrada campanha de promoção de molde a que todos possam prestar vassalagem
e dizer ámen às ideias e posturas defendidas pelos novos gravatinhas desta
geração “youpee” (como sempre atrasados 50 anos em relação ao que se
passa/passou nos EUA) e que, essa sim, vivendo bem acima das suas
possibilidades, obriga os portugueses ao retrocesso e à insolvência para que o
País pague os seus desmandos e roubos. Toda essa cáfila devia ter lugar de
destaque na Varanda do Palácio da Independência…