quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Paisagem

Noutro dia fui ao Algarve. Mais exactamente no pretérito dia 25, dia de Natal, pois as obrigações ...são obrigações. À vinda e como havia pouco trânsito e o tempo até nem estava nada mau, para a época do ano, fui almoçar a Canal Caveira, não comer o Cozido à Portuguesa como poderão estar logo a pensar mas sim, um Bacalhau com todos!
Resolvi, então, continuar o caminho pela EN 5, pois não tinha pressa e assim já poupava em portagens para compensar o almocito que até foi em conta. Isto da crise é bom começar a poupar e, andar nas autoestradas começa a ser questionável...
Outra das razões porque resolvi regressar pela estrada normal foi o poder passar junto a Alcácer do Sal e fotografar alguns ninhos de cegonhas que abundam por aquelas paragens, principalmente um deles (que aqui não vou colocar, e mais tarde explicarei porquê), que se encontra há uma série de anos (pelo menos 4 ou 5 que me recorde) numa das placas toponímicas da estrada e que eu ansiava fotografar. Tive sorte pois até lá estava a Cegonha, ou Cegonho, não sei qual dos dois pudesse ser.
E porquê tudo isto?
Não sei se já repararam que ao circularmos nas autoestradas cada vez nos encontramos mais emparedados (ou será empaineleirados?) com aqueles painéis horrorosos que agoram colocam por tudo e por nada e sem nenhuma preocupação estética, como há nas estradas francesas por exemplo! Qualquer dia nem o cocuruto das árvores se consegue ver! Mas, como não posso parar nas ditas vias, não pude fazer uma fotografia para ilustrar esta enormidade de atentado ao meio ambiente pois, a poluição visual também é poluição!


Assim, deixo-vos esta fotografia, como contraste, em que se pode ver que os postes dos fios eléctricos que acompanham a estrada estão encimados por ninhos de cegonhas, o que torna bem bucólica a paisagem e muito mais bonita e interessante. Só tive pena de não estar munido de tele-objectiva para vos poder mostrar um pouco melhor a beleza dos ninhos mas, creio que assim já fica o apetite para uma eventual passagem pelo local.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Contra o estado marchar, marchar...


Há por aí muito boa gente que passa o tempo a vociferar contra o Estado, que temos muito ou pouco Estado, que o Estado é um malandro que nos suga o dinheiro em impostos, que é preciso é menos Estado e melhor Estado, que isto e que aquilo mas, sempre com um denominador comum: É preciso acabar com o Estado a todo o custo porque a iniciativa privada é que sabe e consegue resolver todos os nossos problemas!
Sem deixar de concordar com alguns dos aspectos do problema, nomeadamente a redefinição das funções que ao Estado devem pertencer, bem como os sectores em que o Estado deve ter uma importância capital, acho que por agora apenas convém lembrar a toda essa gente algumas das funções e “benesses” que o nosso vil Estado Social nos dá:
Reforma, Subsídio de casamento, Subsídio de funeral, Abono de família, Subsídio de desemprego, Subsídio de maternidade e aleitamento, Rendimento social de inserção, Comparticipação nos medicamentos, Assistência na doença para todos, Ensino público de escolaridade obrigatória, Passes sociais, Subsídios de rendas de casa, Passes da terceira idade, Abonos diversos para deficientes e grandes doentes, Isenções fiscais as mais diversas desde as para a habitação e ensino até às relacionadas com deficiências e doenças crónicas, Apoio judiciário para os mais carenciados, Segurança e Defesa, Toda uma série de subsídios para fazer face a calamidades quer na Agricultura quer nas outras actividades, Apoios à promoção externa da marca Portugal e das exportações portuguesas, Apoios a tudo o que é Fundação (com excepção da única verdadeira Fundação que temos em Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian), Subsídios ao Teatro, Cinema e demais formas artísticas, Subsídios para as actividades desportivas mesmo algumas das “pseudo” amadoras, apoios e subsídios para tudo e mais umas botas.
Convém lembrar estas coisas porque convém também que os tais arautos possam dizer o que é que querem acabar da lista acima descrita! Claro que me irão indicar duas ou três coisas que em termos gerais nada pesam no Orçamento do Estado mas que servirão como exemplo e norma do que deve ser feito mas, nos grandes gastos já é diferente a não ser que se queira regredir ao tempo da Idade da Pedra em que nada havia. Faço lembrar, por exemplo, que os 13º e 14º meses só nos anos 80 com Cavaco Silva, foram iniciados. E, se voltarmos mais atrás, antes do 25 de Abril, nem a Educação nem a Saúde atingiam todos os portugueses!
A tudo isto é preciso ver também, o rendimento médio de um cidadão português e o que ele pode ou não contribuir para o bem comum. Ora, sendo cada vez maior o fosso entre ricos e pobres, tanto em diferença de rendimentos como em número, cada vez mais pobres e menos pessoas a concentrar a riqueza, logo se poderá verificar que o Estado tem de ter uma função social bem evidente.
E só par terminar, convém lembrar que as vigarices dos Lehman Brothers e Murdochs, bem como as falências dos bancos Islandeses e Irlandeses, BPN, BPP e mais não vale a pena enumerar, estão a ser pagas por quem: pelo tal Estado (O Estado somos nós, é o nosso dinheiro) que só é preciso para este tipo de actuação, mas ninguém pergunta de onde vem o dinheiro para acorrer a estas coisas. Deve vir do ar!
Eu gostava de ver algumas pessoas que bem conheço a tentarem viver sem as benesses públicas que actualmente existem, embota passem a vida a vociferar contra o Estado Social.
Já agora, outra coisa. Uma vez que se está sempre a malhar no funcionário público, já pensaram que é o único que não pode fugir ao pagamento dos seus impostos sobre o seu trabalho?
Última hora: houve um tornado na região de Tomar. Quem vai pagar parte dos prejuízos?
Nota - A fotografia foi tirada há muitos anos em França, no Cemitério Americano de St. Laurent-sur-Mer, na Normandia. Infelizmente, também ao Estado compete esta parte da nossa vida em comum.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Grafiti (6)


Mais um grafiti bem engraçado embora já muito degradado e como está numa parede de um terreno baldio, a degredação é mais evidente. Tenho pena de o não ter conseguido fotografar na totalidade mas...a super grande angular que ando a namorar é muito cara. Lá chegará o dia! Assim, escolhi o motivo mais central e mais bonito, para vos mostrar. Claro que a fotografia tem uma ligeira correcção feita no LightZone, no Zone maper mas, a correcção foi ligeira e penso que o resultado é bom.