terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um curso de fotografia

Resolvi inscrever-me num Curso de Fotografia para aprender a usar e a tirar o melhor partido possível das novas potencialidades da fotografia digital. Inscrevi-me então num curso da ArtmanWorks sobre os fundamentos da fotografia digital bem como do tratamento de fotografias em programas de edição.
Agora que vou a meio do curso, posso constatar o novo mundo que se abriu à minha frente pois, isto da fotografia digital é mesmo apaixonante. O nosso "professor" (ele não gosta de assim ser tratado) é o Artur Nogueira, homem simpático e bem disposto, com muita paciência para um nabo como eu e que parece ser uma enciclopédia ambulante no que toca à arte da fotografia digital.
No sábado passado tivémos um dia preenchido com uma sessão de práctica, que ocorreu na bonita Baixa de Lisboa e até parece que o tempo foi encomendado de propósito pois, além de períodos de Sol radioso, como aconteceu durante a manhã e à hora do almoço, apareceram nuvens e bem escuras, que nos permitiram toda uma série de experiências fotográficas bem interessantes.
Aqui ao lado, tenho uma das fotografias que tirei ao Arco da Rua Augusta, visto de baixo. Pena não estar correctamente centrada mas, com tanta gente a passar, por vezes torna-se difíocil porque não estamos descontraídos o suficiente para que possamos estar com atenção a todos os pormenores.
Esta fotografia também foi por mim ajeitada mo programa Light Zone, em termos de luminosidade e contraste para dela se poder tirar o efeito mais real que observei na altura.
Espero que gostem de uma perspectiva que nem todos conhecen até porque há que evitar os torcicolos de ficar muito tempo a olhar para cima.
Prometo voltar com mais fotos, até porque, mesmo após o curso terminado, o Artur já disse que teremos de publicar regularmente fotos em blogues próprios para que ele possa ver a nossa evolução e desse modo, outorgar-nos um diploma do curso com a certeza de que valeu a pena o esforço despendido.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Sr. Oliveira da Figueira

Este personagem criado pelo enorme autor belga que foi Hergé (de seu verdadeiro nome Georges Rémy), o pai do Tintin, é pois, como o nome indica um cidadão português! Ora bem, este indivíduo nasceu nos primórdios do século XX, o que quer dizer que já nessa época os portugueses não eram muito bem vistos por essa Europa fora. Hergé (que diga-se em abono da verdade, era um pouco xenófobo e racista) conseguiu captar alguns dos traços típicos do que ainda hoje são muitos de nós.


Continuando a caracterização do Sr. Oliveira da Figueira (podem ver na filactera que o nome não é traduzido), é um sujeito que se encontra em toda a parte do mundo, negociando em qualquer coisa, dando-se com Deus e com o Diabo, sabedor de todas as matreirices para estar sempre de bem com a situação e aproveitando-se de tudo para benefício próprio, sem nada retribuir à comunidade onde se encontra. É este o carácter deste senhor. Mas pergunto eu? E será que a figura não está muito bem caracterizada por mais que nos possa chocar?
Tenho lido sistematicamente opiniões expressas tanto em órgãos de comunicação social como no facebook, no sentido da crítica costumeira: malandros, gatunos, parasitas, onde vamos parar com estas gentes, etc, etc. Só que, alguns dos autores destes assanhados discursos, são pessoas ainda piores do que o Sr. Oliveira da Figueira, pois que também como ele fogem aos impostos argumentando que ladrão que rouba a ladrão, nunca trabalharam na vida ou se o fizeram foi durante muito pouco tempo e portanto nada deram à sociedade mas, quem os ouvir falar...até parece que têm razão!
Isto faz-me também recordar uma história por mim presenciada nos anos do PREC, no Serviço de Urgência do Hospital de S.José em que o chefe dos maqueiros, conotado com o MRPP, se dirigiu ao então Chefe da equipa de banco e o questionou por levar muito dinheiro nas suas consultas de clínica privada. O Chefe de equipa, conotado com o MDP/CDE respondeu-lhe: levo dinheiro aos ricos para fazer justiça social e levo dinheiro aos pobres para lhes acirrar a raiva contra os ricos! Resumindo: ganhava sempre! Aí temos outro Sr. Oliveira da Figueira!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O medo e a Coragem

Terminou em bem a odisseia dos mineiros chilenos da mina de S. José! Todo o mundo teve possibilidade de ver em directo, o último episódio desta saga verdadeiramente inimaginável por que passaram os 33 mineiros, que agora são tratados como verdadeiros heróis e, bem o merecem!
Não consigo imaginar o medo, o terror e o pânico, por que terão passado, principalmente naqueles primeiros 17 dias em que estiveram completamente isolados do mundo, sem ninguém saber sequer se eles teriam sobrevivido à derrocada da mina.
Com certeza que viveram momentos muito dramáticos até ao aparecimento da ténue esperança de salvamento quando conseguiram cantactar com o exterior. Como deve ter sido difícil impôr a disciplina neste grupo de pessoas encurraladas, como deve ter sido difícil evitar motins e revoltas por causa da escassez gritante dos alimentos e da água, como deve ter sido difícil tudo! Não consigo imaginar.
Os 32 mineiros deven estar eternamente gratos ao seu companheiro Luís, o Chefe de Turno, que parece ter sido o Grande Homem do momento, aquele que com o seu exemplo e autoridade, conseguiu que chegassem todos vivos ao fim desta enorme provação!
De facto, parece que de vez em quando aparecem pessoas predestinadas que nos fazem crer que haverá um mundo melhor ...amanhã!
 Esta história fez-me recordar esta outra, de que vos falo agora, a história do "Náufrago Voluntário", o médico Alain Bombard, que no ano de 1951 entre 18 de Outubro e 22 de Dezembro, resolveu atravessar o Oceano Atlântico, sózinho, numa jangada, sem qualquer auxílio nem de comida nem tão pouco de água potável, vivendo apenas do que o Mar lhe dava e bebendo a água do Mar em pequenos goles! Tudo isto para conseguir provar que era possível a sobrevivência de muitos náufragos durante vários dias pois, nessa época, hvia cerca de 50.000 mortes anuais por naufrágios!
A única diferença prende-se com a atitude: aqui ele foi voluntáriamente correr um risco de vida, no caso dos mineiros não houve voluntários. Mas entre o medo de se morrer ou por afogamento ou por fome e sede no fundo de uma mina...venha o diabo e escolha!
Por isso vos deixo esta imagem da capa do saudoso Cavaleiro Andante, que bem contribuíu para a cultura dos jovens do meu tempo!

domingo, 3 de outubro de 2010

QUE FUTURO PARA OS HOMENS ?


Eu bem não queria meter política aqui no blogue...mas, é impossível não alinhavar alguns pensamentos que me inquietam e me preocupam, agudizados por toda a situação em que agora estamos mergulhados.
Não quero entrar em análises mais ou menos comezinhas, do deve e haver, pois acho que além de não enfrentarem qualquer problema, apenas conduzem ao descrédito e ao desespero das pessoas. Estou farto de comentadores e analistas das desgraças ou dos oásis, estou farto de todos aqueles que só falam de números e cifras, de gráficos e previsões, quase sempre erradas diga-se de passagem. Já não darei mais para esse peditório.
A mim interessa-me começar pela seguinte questão: A Política, a Economia e toda a actividade humana não existem para servir os Homens? Ou são os Homens que existem para as servir? Eu por mim coloco-me ao lado da primeira questão mas, será assim com os outros?
A História da evolução da Humanidade mostra-nos toda uma caminhada no sentido da libertação do Homem e da melhoria das suas condições de vida para que possa vivê-la em paz e com dignidade. Para atingir estes objectivos torna-se necessário que a Política tenha a primazia pois é ela que define quais os caminhos e escolhas que se devem fazer e todas as outras,  para estas metas devem convergir. Os robots foram inventados para aumentar as produtividades e permitir mais tempo livre para os Homens, não foram inventados para aumentarem o desemprego e desse modo tornar a escravizar a espécie humana!
Todas as conquistas das civilizações tiveram sempre o objectivo de melhorar a condição humana mas, de repente, com o advento da tão cantada globalização, parece que se esqueceram todos estes princípios. Eis-nos pois chegados ao absurdo da defesa da competitividade a todo o custo, sem regra e sem lei. Alguém pode competir com quem é obrigado a trabalhar a troco de uma côdea de pão? Algum produto pode competir com outro que não respeite o ambiente na génese do seu fabrico?
Como se pode ver, deixada à tripa-forra, a globalização não ajuda quem quer que seja. Apenas permite, é o que acontece, que os poderosos se tornem cada vez mais poderosos mas, mesmo esses, até um dia! Pois, levada às últimas consequências, a situação do mundo actual acabará por destruir todos: os pobres continuarão pobres e desprotegidos, os remediados tornar-se-ão em novos pobres e os senhores, também se tornarão pobres por não terem ninguém a quem possam vender os seus produtos. Quando mais de metade da população que trabalha e tem algum poder de compra fôr para o desemprego, pela deslocação dos factores de produção para essas tais zonas em que não hé nem direitos nem lei, quem irá comprar o que aí é produzido?
Ora, eu só vejo uma saída: terá que haver uma regulação e bem forte, a nível mundial, que possa impor a todos as condições necessárias mas, para isso ter-se-á de dar o prioridade à Política. A não ser assim, não é preciso ser-se Nostradamus para poder prever-se o eclodir de inúmeros conflitos e guerras que, mais uma vez, irão trazer a miséria aos povos. Não tem sido este, afinal, o nosso fado de Homens?
Para terminar estas notas que já vão longas, aqui deixo uma fotografia tirada no Centro Cultural de Belém, à entrada para o Museu da Colecção Berardo. Devo esclarecer que o ângulo em que a fotografia foi tirada, foi-me sugerido pela Madalena (a minha mulher para quem me possa ler e não me conheça). Deste modo, como e verde é esperança, fica aqui bem esta foto da escultura de Joana Vasconcelos.