quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Paisagem

Noutro dia fui ao Algarve. Mais exactamente no pretérito dia 25, dia de Natal, pois as obrigações ...são obrigações. À vinda e como havia pouco trânsito e o tempo até nem estava nada mau, para a época do ano, fui almoçar a Canal Caveira, não comer o Cozido à Portuguesa como poderão estar logo a pensar mas sim, um Bacalhau com todos!
Resolvi, então, continuar o caminho pela EN 5, pois não tinha pressa e assim já poupava em portagens para compensar o almocito que até foi em conta. Isto da crise é bom começar a poupar e, andar nas autoestradas começa a ser questionável...
Outra das razões porque resolvi regressar pela estrada normal foi o poder passar junto a Alcácer do Sal e fotografar alguns ninhos de cegonhas que abundam por aquelas paragens, principalmente um deles (que aqui não vou colocar, e mais tarde explicarei porquê), que se encontra há uma série de anos (pelo menos 4 ou 5 que me recorde) numa das placas toponímicas da estrada e que eu ansiava fotografar. Tive sorte pois até lá estava a Cegonha, ou Cegonho, não sei qual dos dois pudesse ser.
E porquê tudo isto?
Não sei se já repararam que ao circularmos nas autoestradas cada vez nos encontramos mais emparedados (ou será empaineleirados?) com aqueles painéis horrorosos que agoram colocam por tudo e por nada e sem nenhuma preocupação estética, como há nas estradas francesas por exemplo! Qualquer dia nem o cocuruto das árvores se consegue ver! Mas, como não posso parar nas ditas vias, não pude fazer uma fotografia para ilustrar esta enormidade de atentado ao meio ambiente pois, a poluição visual também é poluição!


Assim, deixo-vos esta fotografia, como contraste, em que se pode ver que os postes dos fios eléctricos que acompanham a estrada estão encimados por ninhos de cegonhas, o que torna bem bucólica a paisagem e muito mais bonita e interessante. Só tive pena de não estar munido de tele-objectiva para vos poder mostrar um pouco melhor a beleza dos ninhos mas, creio que assim já fica o apetite para uma eventual passagem pelo local.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Contra o estado marchar, marchar...


Há por aí muito boa gente que passa o tempo a vociferar contra o Estado, que temos muito ou pouco Estado, que o Estado é um malandro que nos suga o dinheiro em impostos, que é preciso é menos Estado e melhor Estado, que isto e que aquilo mas, sempre com um denominador comum: É preciso acabar com o Estado a todo o custo porque a iniciativa privada é que sabe e consegue resolver todos os nossos problemas!
Sem deixar de concordar com alguns dos aspectos do problema, nomeadamente a redefinição das funções que ao Estado devem pertencer, bem como os sectores em que o Estado deve ter uma importância capital, acho que por agora apenas convém lembrar a toda essa gente algumas das funções e “benesses” que o nosso vil Estado Social nos dá:
Reforma, Subsídio de casamento, Subsídio de funeral, Abono de família, Subsídio de desemprego, Subsídio de maternidade e aleitamento, Rendimento social de inserção, Comparticipação nos medicamentos, Assistência na doença para todos, Ensino público de escolaridade obrigatória, Passes sociais, Subsídios de rendas de casa, Passes da terceira idade, Abonos diversos para deficientes e grandes doentes, Isenções fiscais as mais diversas desde as para a habitação e ensino até às relacionadas com deficiências e doenças crónicas, Apoio judiciário para os mais carenciados, Segurança e Defesa, Toda uma série de subsídios para fazer face a calamidades quer na Agricultura quer nas outras actividades, Apoios à promoção externa da marca Portugal e das exportações portuguesas, Apoios a tudo o que é Fundação (com excepção da única verdadeira Fundação que temos em Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian), Subsídios ao Teatro, Cinema e demais formas artísticas, Subsídios para as actividades desportivas mesmo algumas das “pseudo” amadoras, apoios e subsídios para tudo e mais umas botas.
Convém lembrar estas coisas porque convém também que os tais arautos possam dizer o que é que querem acabar da lista acima descrita! Claro que me irão indicar duas ou três coisas que em termos gerais nada pesam no Orçamento do Estado mas que servirão como exemplo e norma do que deve ser feito mas, nos grandes gastos já é diferente a não ser que se queira regredir ao tempo da Idade da Pedra em que nada havia. Faço lembrar, por exemplo, que os 13º e 14º meses só nos anos 80 com Cavaco Silva, foram iniciados. E, se voltarmos mais atrás, antes do 25 de Abril, nem a Educação nem a Saúde atingiam todos os portugueses!
A tudo isto é preciso ver também, o rendimento médio de um cidadão português e o que ele pode ou não contribuir para o bem comum. Ora, sendo cada vez maior o fosso entre ricos e pobres, tanto em diferença de rendimentos como em número, cada vez mais pobres e menos pessoas a concentrar a riqueza, logo se poderá verificar que o Estado tem de ter uma função social bem evidente.
E só par terminar, convém lembrar que as vigarices dos Lehman Brothers e Murdochs, bem como as falências dos bancos Islandeses e Irlandeses, BPN, BPP e mais não vale a pena enumerar, estão a ser pagas por quem: pelo tal Estado (O Estado somos nós, é o nosso dinheiro) que só é preciso para este tipo de actuação, mas ninguém pergunta de onde vem o dinheiro para acorrer a estas coisas. Deve vir do ar!
Eu gostava de ver algumas pessoas que bem conheço a tentarem viver sem as benesses públicas que actualmente existem, embota passem a vida a vociferar contra o Estado Social.
Já agora, outra coisa. Uma vez que se está sempre a malhar no funcionário público, já pensaram que é o único que não pode fugir ao pagamento dos seus impostos sobre o seu trabalho?
Última hora: houve um tornado na região de Tomar. Quem vai pagar parte dos prejuízos?
Nota - A fotografia foi tirada há muitos anos em França, no Cemitério Americano de St. Laurent-sur-Mer, na Normandia. Infelizmente, também ao Estado compete esta parte da nossa vida em comum.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Grafiti (6)


Mais um grafiti bem engraçado embora já muito degradado e como está numa parede de um terreno baldio, a degredação é mais evidente. Tenho pena de o não ter conseguido fotografar na totalidade mas...a super grande angular que ando a namorar é muito cara. Lá chegará o dia! Assim, escolhi o motivo mais central e mais bonito, para vos mostrar. Claro que a fotografia tem uma ligeira correcção feita no LightZone, no Zone maper mas, a correcção foi ligeira e penso que o resultado é bom.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Grafiti (5)


Nem se pode falar de um Grafiti "destrutivo" pois o local onde está, além de abandonado está mesmo decrépito. Mas se pensarmos que a principal função de um Grafiti seria a mensagem que encerra, então será muito difícil interpretar o que o autor pretendeu dizer. Como decoração também deixa muito a desejar, fica apenas a saber-se que o autor até sabe algumas letras do alfabeto...
Hoje em dia este tipo de intervenção parece ser a mais frequente, sem nexo, sem beleza e sem...nada. Curioso será saber de onde vem o dinheiro para comprar, ou roubar?, os sprays com que se pintam as paredes. Parece que não são nada baratos.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Que Paraíso nos quererão vender a seguir?

Hoje estou adoentado e talvez por isso também mais azedo e com menos paciência para os cantos de sereia ou para os falsos moralisnos de quem anda sempre na mó de cima a tentar enganar os outros. Vem isto a propósito da Greve Geral marcada para amanhã pelas duas centrais sindicais.
Durante os últimos cinco ou seis anos andaram a vender-nos o milagre irlandês. Que sim, que eles é que estavam no bom caminho pois não apostavam na política do betão (Cá para mim parece-me é que eles apostaram no betão dos outros) e, agora estão sem dinheiro e...sem betão!
Mas o que causa mais espanto é que a enorme quantidade de dinheiro (quase 100mil milhões de Euro) que vão ser os desgraçados dos irlandeses que vão ter de pagar, apenas servirá para tapar o tal buraco da bancarrota dos bancos irlandeses! Pergunta imediata: Então porque não são nacionalizados os Bancos? Pelos vistos a tão cantada Gestão Privada não é mais do que uma forma de continuar a roubar o Estado e o Cidadão. Não só levaram os bancos que geriam à falência como, vão agora emprestar o dinheiro desviado e com juros. Ganham sempre e várias vezes!
Eu não consigo compreender porque uma pessoa tem de ter dois comportamentos diferentes: se estiver no Estado é um mau gestor mas se estiver na privada já poderá ser um bom gestor.Faz-me lembrar os chamados prémios de assiduidade. Então um trabalhador não tem de se apresentar ao trabalho para auferir o seu salário?
Este é um tema para nos levar bem longe. Afinal, o Estado sempre serve para alguma coisa. É a porta onde todos vão bater, mesmo os que dizem mal dele!
O exemplo irlandês demonstra à saciedade que o que interessa a muito boa gente, a começar pelos condutortes da actual política europeia, não é ajudar a resolver os problemas dos irlandeses mas sim, o de também salvar os seus investimentos nesses bancos que de outra forma se perderiam.
Este é mais um exemplo de caso de polícia que vai dar sempre ao mesmo...quem se lixa é o mexilhão.
Por isso estou aguardando ansiosamente qual o novo Paraíso que nos vão mostrar como farol: talvez a Coreia do Norte ou a Birmânia, assim como assim, já temos experiência de viver em ditadura...
Também por estas razões só resta o caminho do protesto e consequentemente a Greve Geral.
Bandeira da República da Irlanda tirada da Wikipédia

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mais um grafiti (5)

Aqui está um grafiti que na sua génese parece ter tido algum efeito decorativo, num muro de um parque de estacionamento de automóveis de um supermercado. Posteriormente parece ter sido sujeito a mais algumas inscrições que nada têm a ver com o original.
Achei um jogo de cores apelativo e o facto de estar desenhado no ângulo que o muro faz torna-o mais original. Num local como este, até ajuda a "decorar" o betão quase sempre tão inestético.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Grafiti ou vandalismo? (4)

Infelizmente, pelo menos aqui pelas bandas deste torrão à beira-mar plantado, pululam este tipo de escritos, a que sinceramente não consigo descortinar que tipo de mensagem poderão pretender transmitir e não consigo ver qualquer efeito decorativo ou artístico enfim, só vejo borrada e por vezes palavrões, tudo feito de uma forma anárquica e não poupando nada. Ele é vidros, ombreiras das portas, parapeitos das janelas, paredes, chão, tudo... Nada é poupado!
Nada consegue fazer parar estes energúmenos que se comprazem a fazer este tipo de "arte", ou será que eu estou enganado?
Será que isto é mesmo algum tipo de arte? Certamente haverá alguém que defenda esta posição pois, como também é da praxe, aparecem sempre alguns paladinos defensores da marginalidade, atribuindo as culpas à sociedade, à crise, à falta de perspectivas de futuro, enfim, a tudo menos aos autores destas "belas" obras.
De facto, os meus valores estão algo "démodés".

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Grafiti de imagem (3)

Este grafiti foi encontrado num parque de estacionamento de Lisboa, mostrando uma cara bem patusca e engraçada, Pena não me ter sido possível, pelo menos àquela hora do dia, evitar as muitas sombras das árvores circundantes mas, depois de trabalhada num programa de edição, consegui destacar a imagem do cenário adjacente que também clareou mais um pouco de modo a permitir um maior destaque da Cara. (Obrigado Artur, pelas aulas)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um grafiti de texto (2)

Este é um exemplo de um grafiti só com texto, tipo mensagem, que não é ofensivo e que revela a revolta dos trabalhadores desta fábrica,por ela ter encerrado e ter sido vendida para um futuro projecto urbanístico (como quase sempre acontece).
Aqui o grafiti tem uma função social/sindical para alertar quem passa para os problemas de um grupo.
Coitadas das orelhas do Cesário e até do Paulo Alves que naquela altura devem ter ouvido das boas!
Claro que se fosse hoje, os nomes deveriam ser os do Sócrates e do Teixeira dos Santos, isto a contar por baixo pois, na verdade, bem poderiam lá estar uma imensidão de nomes que haveria lugar para todos...
Entretanto irei procurando mais locais "pitorescos" para os fotografar e mostrar-vos a nossa terra com um outro olhar.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Os Grafitis (1)

O fenómeno dos Grafitis, pelo menos pelo que eu me apercebi aqui em Portugal, parece ter despertado a seguir ao 25 de Abril de 1974. Quem, que viveu esses tempos, não se lembra de autênticas obras de arte que enchiam os muros das nossas terras?
Havia mesmo uma "escola" de verdadeiros pintores de grafitis, principalmente de índole política e agregada aos militantes do MRPP.
Também começaram a aparecer um outro tipo de grafitis, só com frases e símbolos simples e estilizados, estes mais ligados aos Anarquistas e que tentavam deste modo transmitir as suas mensagens.
Lembro-me de ver diversas frases escritas nas paredes como:
"Nem mais um soldado para Angola"; "Cada deputado eleito pela AOC é um espinho encravado na garganta do Cunhal"; "Abaixo a reacção", etc.
Mais tarde, com o arrefecer dos tempos do PREC, começaram a surgir dois outros tipos de grafitis: uns que tentavam e muitas vezes conseguiam reproduzir imagens e jogos de cores bem bonitos, mais ligados aos movimentos de emigrantes de 2ª geração, principalmente os oriundos de África e, outros, que nem sei se se podem considerar grafitis pois além de não terem qualquer estética, são muitas vezes obscenos e nada respeitam quanto aos locais onde são colocados, desde vidros de montras de lojas, a tudo o que seja parede de um prédio, até passando pelos muros dos cemitérios e pelas fachadas das Igrejas, enfim tudo vale para os autores destes últimos.
Comecei a fotografar alguns Grafitis que irei publicando aqui neste meu espaço. Hoje escolhi esta velha casa abandonada, mesmo em ruína mas que na parede junto à janela tem um desenho engraçado, que faz lembrar os motivos africanos da minha terra natal e que por isso escolhi para inaugurar esta rubrica.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um curso de fotografia

Resolvi inscrever-me num Curso de Fotografia para aprender a usar e a tirar o melhor partido possível das novas potencialidades da fotografia digital. Inscrevi-me então num curso da ArtmanWorks sobre os fundamentos da fotografia digital bem como do tratamento de fotografias em programas de edição.
Agora que vou a meio do curso, posso constatar o novo mundo que se abriu à minha frente pois, isto da fotografia digital é mesmo apaixonante. O nosso "professor" (ele não gosta de assim ser tratado) é o Artur Nogueira, homem simpático e bem disposto, com muita paciência para um nabo como eu e que parece ser uma enciclopédia ambulante no que toca à arte da fotografia digital.
No sábado passado tivémos um dia preenchido com uma sessão de práctica, que ocorreu na bonita Baixa de Lisboa e até parece que o tempo foi encomendado de propósito pois, além de períodos de Sol radioso, como aconteceu durante a manhã e à hora do almoço, apareceram nuvens e bem escuras, que nos permitiram toda uma série de experiências fotográficas bem interessantes.
Aqui ao lado, tenho uma das fotografias que tirei ao Arco da Rua Augusta, visto de baixo. Pena não estar correctamente centrada mas, com tanta gente a passar, por vezes torna-se difíocil porque não estamos descontraídos o suficiente para que possamos estar com atenção a todos os pormenores.
Esta fotografia também foi por mim ajeitada mo programa Light Zone, em termos de luminosidade e contraste para dela se poder tirar o efeito mais real que observei na altura.
Espero que gostem de uma perspectiva que nem todos conhecen até porque há que evitar os torcicolos de ficar muito tempo a olhar para cima.
Prometo voltar com mais fotos, até porque, mesmo após o curso terminado, o Artur já disse que teremos de publicar regularmente fotos em blogues próprios para que ele possa ver a nossa evolução e desse modo, outorgar-nos um diploma do curso com a certeza de que valeu a pena o esforço despendido.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Sr. Oliveira da Figueira

Este personagem criado pelo enorme autor belga que foi Hergé (de seu verdadeiro nome Georges Rémy), o pai do Tintin, é pois, como o nome indica um cidadão português! Ora bem, este indivíduo nasceu nos primórdios do século XX, o que quer dizer que já nessa época os portugueses não eram muito bem vistos por essa Europa fora. Hergé (que diga-se em abono da verdade, era um pouco xenófobo e racista) conseguiu captar alguns dos traços típicos do que ainda hoje são muitos de nós.


Continuando a caracterização do Sr. Oliveira da Figueira (podem ver na filactera que o nome não é traduzido), é um sujeito que se encontra em toda a parte do mundo, negociando em qualquer coisa, dando-se com Deus e com o Diabo, sabedor de todas as matreirices para estar sempre de bem com a situação e aproveitando-se de tudo para benefício próprio, sem nada retribuir à comunidade onde se encontra. É este o carácter deste senhor. Mas pergunto eu? E será que a figura não está muito bem caracterizada por mais que nos possa chocar?
Tenho lido sistematicamente opiniões expressas tanto em órgãos de comunicação social como no facebook, no sentido da crítica costumeira: malandros, gatunos, parasitas, onde vamos parar com estas gentes, etc, etc. Só que, alguns dos autores destes assanhados discursos, são pessoas ainda piores do que o Sr. Oliveira da Figueira, pois que também como ele fogem aos impostos argumentando que ladrão que rouba a ladrão, nunca trabalharam na vida ou se o fizeram foi durante muito pouco tempo e portanto nada deram à sociedade mas, quem os ouvir falar...até parece que têm razão!
Isto faz-me também recordar uma história por mim presenciada nos anos do PREC, no Serviço de Urgência do Hospital de S.José em que o chefe dos maqueiros, conotado com o MRPP, se dirigiu ao então Chefe da equipa de banco e o questionou por levar muito dinheiro nas suas consultas de clínica privada. O Chefe de equipa, conotado com o MDP/CDE respondeu-lhe: levo dinheiro aos ricos para fazer justiça social e levo dinheiro aos pobres para lhes acirrar a raiva contra os ricos! Resumindo: ganhava sempre! Aí temos outro Sr. Oliveira da Figueira!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O medo e a Coragem

Terminou em bem a odisseia dos mineiros chilenos da mina de S. José! Todo o mundo teve possibilidade de ver em directo, o último episódio desta saga verdadeiramente inimaginável por que passaram os 33 mineiros, que agora são tratados como verdadeiros heróis e, bem o merecem!
Não consigo imaginar o medo, o terror e o pânico, por que terão passado, principalmente naqueles primeiros 17 dias em que estiveram completamente isolados do mundo, sem ninguém saber sequer se eles teriam sobrevivido à derrocada da mina.
Com certeza que viveram momentos muito dramáticos até ao aparecimento da ténue esperança de salvamento quando conseguiram cantactar com o exterior. Como deve ter sido difícil impôr a disciplina neste grupo de pessoas encurraladas, como deve ter sido difícil evitar motins e revoltas por causa da escassez gritante dos alimentos e da água, como deve ter sido difícil tudo! Não consigo imaginar.
Os 32 mineiros deven estar eternamente gratos ao seu companheiro Luís, o Chefe de Turno, que parece ter sido o Grande Homem do momento, aquele que com o seu exemplo e autoridade, conseguiu que chegassem todos vivos ao fim desta enorme provação!
De facto, parece que de vez em quando aparecem pessoas predestinadas que nos fazem crer que haverá um mundo melhor ...amanhã!
 Esta história fez-me recordar esta outra, de que vos falo agora, a história do "Náufrago Voluntário", o médico Alain Bombard, que no ano de 1951 entre 18 de Outubro e 22 de Dezembro, resolveu atravessar o Oceano Atlântico, sózinho, numa jangada, sem qualquer auxílio nem de comida nem tão pouco de água potável, vivendo apenas do que o Mar lhe dava e bebendo a água do Mar em pequenos goles! Tudo isto para conseguir provar que era possível a sobrevivência de muitos náufragos durante vários dias pois, nessa época, hvia cerca de 50.000 mortes anuais por naufrágios!
A única diferença prende-se com a atitude: aqui ele foi voluntáriamente correr um risco de vida, no caso dos mineiros não houve voluntários. Mas entre o medo de se morrer ou por afogamento ou por fome e sede no fundo de uma mina...venha o diabo e escolha!
Por isso vos deixo esta imagem da capa do saudoso Cavaleiro Andante, que bem contribuíu para a cultura dos jovens do meu tempo!

domingo, 3 de outubro de 2010

QUE FUTURO PARA OS HOMENS ?


Eu bem não queria meter política aqui no blogue...mas, é impossível não alinhavar alguns pensamentos que me inquietam e me preocupam, agudizados por toda a situação em que agora estamos mergulhados.
Não quero entrar em análises mais ou menos comezinhas, do deve e haver, pois acho que além de não enfrentarem qualquer problema, apenas conduzem ao descrédito e ao desespero das pessoas. Estou farto de comentadores e analistas das desgraças ou dos oásis, estou farto de todos aqueles que só falam de números e cifras, de gráficos e previsões, quase sempre erradas diga-se de passagem. Já não darei mais para esse peditório.
A mim interessa-me começar pela seguinte questão: A Política, a Economia e toda a actividade humana não existem para servir os Homens? Ou são os Homens que existem para as servir? Eu por mim coloco-me ao lado da primeira questão mas, será assim com os outros?
A História da evolução da Humanidade mostra-nos toda uma caminhada no sentido da libertação do Homem e da melhoria das suas condições de vida para que possa vivê-la em paz e com dignidade. Para atingir estes objectivos torna-se necessário que a Política tenha a primazia pois é ela que define quais os caminhos e escolhas que se devem fazer e todas as outras,  para estas metas devem convergir. Os robots foram inventados para aumentar as produtividades e permitir mais tempo livre para os Homens, não foram inventados para aumentarem o desemprego e desse modo tornar a escravizar a espécie humana!
Todas as conquistas das civilizações tiveram sempre o objectivo de melhorar a condição humana mas, de repente, com o advento da tão cantada globalização, parece que se esqueceram todos estes princípios. Eis-nos pois chegados ao absurdo da defesa da competitividade a todo o custo, sem regra e sem lei. Alguém pode competir com quem é obrigado a trabalhar a troco de uma côdea de pão? Algum produto pode competir com outro que não respeite o ambiente na génese do seu fabrico?
Como se pode ver, deixada à tripa-forra, a globalização não ajuda quem quer que seja. Apenas permite, é o que acontece, que os poderosos se tornem cada vez mais poderosos mas, mesmo esses, até um dia! Pois, levada às últimas consequências, a situação do mundo actual acabará por destruir todos: os pobres continuarão pobres e desprotegidos, os remediados tornar-se-ão em novos pobres e os senhores, também se tornarão pobres por não terem ninguém a quem possam vender os seus produtos. Quando mais de metade da população que trabalha e tem algum poder de compra fôr para o desemprego, pela deslocação dos factores de produção para essas tais zonas em que não hé nem direitos nem lei, quem irá comprar o que aí é produzido?
Ora, eu só vejo uma saída: terá que haver uma regulação e bem forte, a nível mundial, que possa impor a todos as condições necessárias mas, para isso ter-se-á de dar o prioridade à Política. A não ser assim, não é preciso ser-se Nostradamus para poder prever-se o eclodir de inúmeros conflitos e guerras que, mais uma vez, irão trazer a miséria aos povos. Não tem sido este, afinal, o nosso fado de Homens?
Para terminar estas notas que já vão longas, aqui deixo uma fotografia tirada no Centro Cultural de Belém, à entrada para o Museu da Colecção Berardo. Devo esclarecer que o ângulo em que a fotografia foi tirada, foi-me sugerido pela Madalena (a minha mulher para quem me possa ler e não me conheça). Deste modo, como e verde é esperança, fica aqui bem esta foto da escultura de Joana Vasconcelos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O preço da Liberdade

A história dos Burgueses de Calais e a sua abnegação em defesa da sua cidade, foi um episódio da História de França que sempre me marcou.
Na verdade, aqueles homens tinham o sentido do dever e da honra e, acima de tudo, tinham o amor à sua terra e, a ela tudo sacrificariam, inclusivé as próprias vidas.
Penso que no mundo actual, onde os valores estão tão ausentes e deturpados, onde o egoísmo impera bem como os demais defeitos do ser humano, mais me lembro deste tipo de gestos que calam tão fundo.
Em Londres, nos jardins junto às Casas do Parlamento, no lado oposto ao do Big Ben, podemos admirar a estátua que os representa, forjada no bronze (julgo eu) por esse enorme artista que foi Auguste Rodin. Só de a olharmos ficamos estarrecidos, parece que tem vida e nela podemos sentir a angústia e o sofrimento psicológico destes bravos Burgueses de Calais.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

É hoje!

De facto, é hoje o meu dia de anos! Não os anos que tinha nesta fotografia da minha infância mas...mais alguns!
O cabelo já era, a barriguita apareceu bem como os apêndices pilosos da face, o chapéu à colonial já nem sei se se fabrica e o local, bem...o local, também já não é o mesmo.
A vida seguiu o seu curso e hoje os tempos são outros bem mais conturbados mas também rodeado de muito mais amigos do que então.
Tenho recebido muitos telefonemas e muitos mails. Muitas mensagens no Facebook. É reconfortante saber que não estamos sós. Para o ano gostaria de poder voltar a partilhar com vocês nem que seja um minutinho do vosso tempo e creiam, vou fazer por isso.
Um beijinho grande para todas e para todos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

De véspera

Daqui a pouco faço anos!
Parabéns também para todos aqueles que são meus amigos!

domingo, 19 de setembro de 2010

A visita de hoje

Grande, bonito, simpático q.b. (não nos passa cartuxo) mas muito meigo, eis a visita do dia de hoje: o Bali!
O Bali é o cão do Rafael e da Sofia e claro, o que mais gostei foi da visita dos donos que vieram almoçar aqui, na outra banda, ou melhor ainda no deserto! (Onde é que eu já ouvi isto?)
Foi pena o dia não acabar da melhor maneira pois o meu Sporting perdeu (o que já estava à espera depois de todos os assassinatos que lhe têm sido perpetrados por estes dirigentes de meia-tigela). Mas, o Benfica foi a melhor equipa, parabéns para eles.
Fica ao menos a fotografia do Bali, para limpar o olhito.

sábado, 18 de setembro de 2010

Uma ave bem bonita




Não sei se hoje é ou não dia dos Flamingos mas, que eles estão na berra, lá isso estão. Estreou o filme moçambicano baseado na obra de Mia Couto "O último voo do Flamingo", além das inúmeras referências a estas bonitas aves, que têm surgido na comunicação social como, por exemplo, aquela família de Flamingos que foi vista nas praias de Vila Nova de Gaia, pela primeira vez, já que não é local de poiso habitual destas aves.
Mas, para mim, o maior destaque vai para "O Flamingo Zé",que parece ser também um habitante aqui de casa, onde de facto nasceu, fruto da imaginação e da bonita escrita da Madalena. Este Flamingo, tornou-se ainda mais palpável após o seu aparecimento em traço sensível da Nini (Ana Peres de Sousa) e do excelente design gráfico da Magda e o carinho editorial da Anita (Hepta).
A história é muito simples e agradável, contendo muitos ensinamentos sobre estas aves e, no fim, um glossário, que tem a particularidade de ser lido virando o livro ao contrário, apoiado na revisão técnica da Bióloga Marta Maymone.
Vale a pena dar livros desta qualidade às crianças. Que venha o próximo!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Festa

Hoje é dia de aniversário cá por estas bandas. O meu filho mais novo, o Rafael, faz 32 anos. Ele é um apaixonado pela fotografia e por isso, aqui deixo o endereço do seu blogue que tem fotos muito bonitas e algumas bem curiosas.
Parabéns Rafael!

Sem assunto

Claro!
Hoje só podia escrever uma notita sobre o meu Sporting que se portou muito bem na Liga Europa. Assim eles comecem a jogar...
Só é pena esta desgraçada Direcção que faz asneiras atrás de asneiras e depois, como é hábito aqui no nosso cantinho à beira mar plantado, ninguém é responsabilizado por coisa nenhuma!
Já repararam que só o Ramiro Valadão (Presidente da RTP na altura do 25 de Abril) é que esteve preso por se ter apropriado de uns presentes dados à referida estação?
Aliás, tal não espanta pois consta que nem na classe dos Sargentos nem na classe dos Juízes tenha havido qualquer saneamento post-revolução...
E por revolução, estamos quase a celebrar os 100 anos da implantação da República que tem andado pelas ruas da amargura ou não sofresse do mesmo mal da Monarquia: maus dirigentes e corrupção q.b.!
Não acham estranho não haver culpados em quase nenhum dos casos mediáticos? A começar pelo célebre caso de Macau em que num dos processos há um culpado de corrupção activa e no outro processo é ilibado o de corrupção passiva! Portugal no seu melhor!
Mas, voltemos ao início desta croniqueta. Só espero que o SCP possa ganhar o jogo de domingo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Leonard Cohen

Fui ver o concerto de Leonard Cohen, no pavilhão Atlântico há uns dias atrás, aproveitando o presente que o meu filho Diogo me ofereceu. Foi mesmo um concerto muito bom. Durou três horas e meia e Cohen cantou praticamente todas as suas melhores canções.
Acompanhado por um grupo instrumental muito bom de onde se destacam o Dino Solo, homem que toca todos os instrumentos de sopro e, o Javier Mas exímio guitarrista, principalmente na guitarra de doze cordas. Se juntarmos a estes dois o coro feminino que o acompanha e que também interpreta duas canções, onde as duas irmãs Web brilham na sua interpretação de It Will Be Your Will em que tocam e cantam divinamente, poderemos avaliar a boa soirée que um jovem de quase 76 anos nos pôde proporcionar. Obrigado Leonard Cohen!

Nasci hoje

Toujours un peu plus loin nasce hoje sem saber bem ao que se destina!
Em primeiro lugar, pela necessidade de criar um blogue relacionado com o Curso de Fotografia que comecei a frequentar; em segundo lugar, porque já há muito que a ideia fervilhava na minha cabeça sempre motivado pela minha cara-metade que, ela sim, já é uma veterana nestas andanças; em terceiro lugar porque às vezes gosto de escrever sobre múltiplos temas e assim passarei a ter um espaço próprio para o fazer.
Com o tempo e a necessária aprendizagem irei melhorando nesta nova experiência, por isso a escolha do título inspirado numa tradução francesa de uma história de Corto Maltese, de Hugo Pratt, um mestre da BD infelizmente já desaparecido.
O fundo tinha de ser em tom esverdeado...et pour cause!