segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cada vez mais...desilusão!




Ontem, último dia da Feira do Livro de Lisboa, lá fui eu e a Madalena cumprirmos o ritual de todos os anos lá dar um saltinho. Desta vez porque a Madalena queria comprar o último livro da Alice Vieira e, como sabíamos que ela lá estava...vai daí e venha a dedicatória. Aproveito para dizer que a Alice Vieira é uma pessoa sempre simpática e afável, disposta a interagir com os seus leitores, uma escritora bem agradável, quer pela escrita de todos conhecida, quer pela pessoa humana que ela é. Obrigado Alice.
Tudo o mais é cada vez maior a desilusão e a frustação! A Feira do Livro (qual Feira?) actual, de Feira do Livro já não tem nada.
A começar pelo tamanho que nestes anos começou a ser demasiado grande e portanto, cansativo e repetitivo. Depois, porque a filosofia parece ter mudado de vez. Agora já não interessa promover nem o livro nem a leitura mas sim, vender, vender...
Mas o mais espantoso é que mesmo para "vender", onde estão os preços mais baixos que dantes havia neste certame? Agora, até nos supermercados se compra com maior desconto do que na Feira!
Livro do Dia onde páras? Os poucos quiosques que os têm, só apresentam livros que não têm qualquer interesse mas, a maior parte já nem isso faz.
É pena que a Feira esteja como está. Dantes (e creiam que isto não é saudosismo) era imensamente agradável passear-se pela feira, ver e comprar, pois aí se encontravam preços mais acessíveis e tínhamos a possibilidade de adquirir ainda melhor com a promoção de alguns livros do dia.
A foto que coloco junta é de 1966, no meu primeiro ano em Portugal, com a minha irmã Tininha. Foto tirada por esse enorme fotógrafo que foi Benoliel, na altura a trabalhar para o extinto Diário Popular, onde foi publicada sob o título: "Para todas as idades...o Livro". Reparem na quantidade de livros que já tinha comprado. Agora...Ah, aquele que estamos a observar é "O Cardeal" de Henry Morton Robinson, um excelente livro aliás e que também foi mais tarde passado ao Cinema.
Pobre Feira do Livro, o que te fizeram!

1 comentário:

  1. Há sempre uma necessidade implícita de ultrapassar o que já foi feito, pressupondo, muitas vezes, erradamente, que a mudança vai acrescentar qualidade. Ora a tradição e o gosto pela tradição também devima funcionar para os organizadores como padrão de gosto e bom gosto.
    Acho que está demasiadamente marcada pelo lado comercial e a Feira é na sua essência, acho eu, um evento cultural.
    Obrigada por teres ido comigo. Valeu pela Alice Vieira! beijinho

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