domingo, 3 de outubro de 2010

QUE FUTURO PARA OS HOMENS ?


Eu bem não queria meter política aqui no blogue...mas, é impossível não alinhavar alguns pensamentos que me inquietam e me preocupam, agudizados por toda a situação em que agora estamos mergulhados.
Não quero entrar em análises mais ou menos comezinhas, do deve e haver, pois acho que além de não enfrentarem qualquer problema, apenas conduzem ao descrédito e ao desespero das pessoas. Estou farto de comentadores e analistas das desgraças ou dos oásis, estou farto de todos aqueles que só falam de números e cifras, de gráficos e previsões, quase sempre erradas diga-se de passagem. Já não darei mais para esse peditório.
A mim interessa-me começar pela seguinte questão: A Política, a Economia e toda a actividade humana não existem para servir os Homens? Ou são os Homens que existem para as servir? Eu por mim coloco-me ao lado da primeira questão mas, será assim com os outros?
A História da evolução da Humanidade mostra-nos toda uma caminhada no sentido da libertação do Homem e da melhoria das suas condições de vida para que possa vivê-la em paz e com dignidade. Para atingir estes objectivos torna-se necessário que a Política tenha a primazia pois é ela que define quais os caminhos e escolhas que se devem fazer e todas as outras,  para estas metas devem convergir. Os robots foram inventados para aumentar as produtividades e permitir mais tempo livre para os Homens, não foram inventados para aumentarem o desemprego e desse modo tornar a escravizar a espécie humana!
Todas as conquistas das civilizações tiveram sempre o objectivo de melhorar a condição humana mas, de repente, com o advento da tão cantada globalização, parece que se esqueceram todos estes princípios. Eis-nos pois chegados ao absurdo da defesa da competitividade a todo o custo, sem regra e sem lei. Alguém pode competir com quem é obrigado a trabalhar a troco de uma côdea de pão? Algum produto pode competir com outro que não respeite o ambiente na génese do seu fabrico?
Como se pode ver, deixada à tripa-forra, a globalização não ajuda quem quer que seja. Apenas permite, é o que acontece, que os poderosos se tornem cada vez mais poderosos mas, mesmo esses, até um dia! Pois, levada às últimas consequências, a situação do mundo actual acabará por destruir todos: os pobres continuarão pobres e desprotegidos, os remediados tornar-se-ão em novos pobres e os senhores, também se tornarão pobres por não terem ninguém a quem possam vender os seus produtos. Quando mais de metade da população que trabalha e tem algum poder de compra fôr para o desemprego, pela deslocação dos factores de produção para essas tais zonas em que não hé nem direitos nem lei, quem irá comprar o que aí é produzido?
Ora, eu só vejo uma saída: terá que haver uma regulação e bem forte, a nível mundial, que possa impor a todos as condições necessárias mas, para isso ter-se-á de dar o prioridade à Política. A não ser assim, não é preciso ser-se Nostradamus para poder prever-se o eclodir de inúmeros conflitos e guerras que, mais uma vez, irão trazer a miséria aos povos. Não tem sido este, afinal, o nosso fado de Homens?
Para terminar estas notas que já vão longas, aqui deixo uma fotografia tirada no Centro Cultural de Belém, à entrada para o Museu da Colecção Berardo. Devo esclarecer que o ângulo em que a fotografia foi tirada, foi-me sugerido pela Madalena (a minha mulher para quem me possa ler e não me conheça). Deste modo, como e verde é esperança, fica aqui bem esta foto da escultura de Joana Vasconcelos.

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