quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Contra o estado marchar, marchar...


Há por aí muito boa gente que passa o tempo a vociferar contra o Estado, que temos muito ou pouco Estado, que o Estado é um malandro que nos suga o dinheiro em impostos, que é preciso é menos Estado e melhor Estado, que isto e que aquilo mas, sempre com um denominador comum: É preciso acabar com o Estado a todo o custo porque a iniciativa privada é que sabe e consegue resolver todos os nossos problemas!
Sem deixar de concordar com alguns dos aspectos do problema, nomeadamente a redefinição das funções que ao Estado devem pertencer, bem como os sectores em que o Estado deve ter uma importância capital, acho que por agora apenas convém lembrar a toda essa gente algumas das funções e “benesses” que o nosso vil Estado Social nos dá:
Reforma, Subsídio de casamento, Subsídio de funeral, Abono de família, Subsídio de desemprego, Subsídio de maternidade e aleitamento, Rendimento social de inserção, Comparticipação nos medicamentos, Assistência na doença para todos, Ensino público de escolaridade obrigatória, Passes sociais, Subsídios de rendas de casa, Passes da terceira idade, Abonos diversos para deficientes e grandes doentes, Isenções fiscais as mais diversas desde as para a habitação e ensino até às relacionadas com deficiências e doenças crónicas, Apoio judiciário para os mais carenciados, Segurança e Defesa, Toda uma série de subsídios para fazer face a calamidades quer na Agricultura quer nas outras actividades, Apoios à promoção externa da marca Portugal e das exportações portuguesas, Apoios a tudo o que é Fundação (com excepção da única verdadeira Fundação que temos em Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian), Subsídios ao Teatro, Cinema e demais formas artísticas, Subsídios para as actividades desportivas mesmo algumas das “pseudo” amadoras, apoios e subsídios para tudo e mais umas botas.
Convém lembrar estas coisas porque convém também que os tais arautos possam dizer o que é que querem acabar da lista acima descrita! Claro que me irão indicar duas ou três coisas que em termos gerais nada pesam no Orçamento do Estado mas que servirão como exemplo e norma do que deve ser feito mas, nos grandes gastos já é diferente a não ser que se queira regredir ao tempo da Idade da Pedra em que nada havia. Faço lembrar, por exemplo, que os 13º e 14º meses só nos anos 80 com Cavaco Silva, foram iniciados. E, se voltarmos mais atrás, antes do 25 de Abril, nem a Educação nem a Saúde atingiam todos os portugueses!
A tudo isto é preciso ver também, o rendimento médio de um cidadão português e o que ele pode ou não contribuir para o bem comum. Ora, sendo cada vez maior o fosso entre ricos e pobres, tanto em diferença de rendimentos como em número, cada vez mais pobres e menos pessoas a concentrar a riqueza, logo se poderá verificar que o Estado tem de ter uma função social bem evidente.
E só par terminar, convém lembrar que as vigarices dos Lehman Brothers e Murdochs, bem como as falências dos bancos Islandeses e Irlandeses, BPN, BPP e mais não vale a pena enumerar, estão a ser pagas por quem: pelo tal Estado (O Estado somos nós, é o nosso dinheiro) que só é preciso para este tipo de actuação, mas ninguém pergunta de onde vem o dinheiro para acorrer a estas coisas. Deve vir do ar!
Eu gostava de ver algumas pessoas que bem conheço a tentarem viver sem as benesses públicas que actualmente existem, embota passem a vida a vociferar contra o Estado Social.
Já agora, outra coisa. Uma vez que se está sempre a malhar no funcionário público, já pensaram que é o único que não pode fugir ao pagamento dos seus impostos sobre o seu trabalho?
Última hora: houve um tornado na região de Tomar. Quem vai pagar parte dos prejuízos?
Nota - A fotografia foi tirada há muitos anos em França, no Cemitério Americano de St. Laurent-sur-Mer, na Normandia. Infelizmente, também ao Estado compete esta parte da nossa vida em comum.

1 comentário:

  1. Oh Jorge, tu bem te esforças.Tá bem escrito,gostei de ler, só q a realidade é outra. Assistimos ao downgrading,o nivelamento por baixo.Não há quem invista neste pais, porque as leis laborais são contra os patrões e contra os investidores.Nunca tivemos uma taxa tão alta de imigração como a actual.De fome, de desemprego, de insatisfação e de insegurança social. Agora, até nos querem carimbar, sacar cem euros se não pagamos as taxas de saúde.Se não pagam, é porque não têm para pagar.É triste, mas os pobres é q estão a pagar a crise, nesse tal estado social, imposto por socialistas?!?!?!? Vê tu, q até o nosso Sporting, se solidarizou com a miséria nacional.Abraços e boas festas.

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