quinta-feira, 26 de maio de 2011

A terra da Utopia 1


Embora a capa do livro de Thomas More que escolhi para dar alguma côr a estas notas, não esteja aqui representada senão pelo título da obra que serviu de inspiração para este artigo, a vida do próprio autor ilustra bem, e de que maneira, o sentido do dever e da honra de um Homem.
De facto, era muito bom que todos nós agíssemos como Thomas More mas, infelizmente, os exemplos contrários e chocantes, sucedem-se todos os dias e a um ritmo assustador. Não consigo imaginar quais poderão ser as consequências destes comportamentos na evolução da nossa Sociedade mas, não auguram nada de bom.
Resolvi escrever alguns artigos, versando esta problemática nem que seja para aliviar a minha consciência por poder partilhar com quem me possa ler, uma parte das minhas angústias e desilusões.
Este primeiro artigo vem a propósito do caso recente de uma Juíza que foi apanhada a conduzir em contramão e com um grau de alcoolemia no sangue, três vezes superior à taxa permitida por lei. Esta cena ter-se-á passado em Cascais, segundo relataram os órgãos de comunicação social.
Até aqui, tudo bem, ou aliás, tudo mal, pois esta senhora deveria ser uma das que devia dar o exemplo de comportamento cívico e de respeito pela lei que ela, mais do que qualquer outro, deveria respeitar. Mas, o que é espantoso e que me levou a escrever estas linhas, é que a dita senhora, ao ser presente ao Tribunal foi "despronunciada" com o argumento de que a Polícia Municipal não tinha competência para agir pois o crime em causa não tem uma moldura penal superior a três anos! Quer dizer que os senhores juízes podem infringir as regras à vontadinha, desde que elas não possam ter punições de mais de três anos?
De facto, vivemos um tempo em que, por muito que nos queiram dizer o contrário, nem todos os cidadãos são iguais perante a Lei! Há de facto, cidadãos de 1ª e outros de 2ª ou até de 3ª categoria!
Com exemplos destes como se poderá querer que o comum dos mortais respeite o que quer que seja? Como se pode pretender que um indivíduo seja cumpridor e zeloso do bem público? Claro que haverá logo quem venha justificar a situação com as alegações do costume: é o que vem na Lei! Só que as leis são feitas pelos homens e para os servir com justiça e igualdade e não com estas excepções à regra que vão sempre no mesmo sentido de proteger aqueles que o não merecem!
Já aqui há tempos se passaram mais dois casos nesta área do trânsito e tratados igualmente de forma diferente dos casos dos cidadãos comuns: os casos com os futebolistas Luisão do Benfica e Grimmi do Sporting. Também para eles os pesos e as medidas foram diferentes do que para os outros!
Cabe perguntar: com estes exemplos e estas decisões encomendadas, como se quer que não haja corrupção?

2 comentários:

  1. Como já disse no FB, este é um dos Homens cujo exemplo gostava de dizer que persigo, não fosse tal intenção uma tremenda vaidade. Ninguém como Thomas More levou até às consequências mais últimas, a perda da Vida, a sua palavra, a sua honestidade, a sua lealdade. Estudar Thomas More na Faculdade foi sem dúvida aprender a grande Lição de Vida que Thomas More deu aos seus contemporâneos e a toda a Humanidade de todos os tempos.
    Fui ver contigo o Homem para a Eternidade! Lembras-te?
    Madalena

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  2. Até que enfim já posso publicar o meu nome...

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